Polícia suspeita de estupro em vídeo de sexo que circula
A jovem afirma não se lembrar do que ocorreu no dia do suposto estupro, alegando ter perdido os sentidos após ingerir uma bebida oferecida a ela. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e o rapaz que aparece nas imagens ainda não foi identificado.
“Depois do ocorrido, meu celular não parou. É ligação do Mato Grosso, de todos os estados, perguntando se eu sou garota de programa. Os caras ligaram perguntando quanto eu cobro, dizendo que querem me conhecer”, conta a jovem, que prefere não ser identificada.
O celular dela foi apreendido pela polícia para a investigação. A vendedora também passou por exame de corpo de delito e coleta de sangue, para verificar indícios de substâncias psicotrópicas em seu organismo.
“Nos grupos de WhatsApp têm até montagem minha. Estão entrando no meu Facebook, pegando minhas fotos e fazendo montagem. Não para, está em todo lugar”, afirma jovem, escondida na casa de um amigo há cinco dias.
A vendedora diz que não consegue sair do imóvel porque tem medo de ser reconhecida e sofrer represálias. Ainda segundo ela, o rapaz que aparece nas imagens planejou a situação junto com amigos para prejudicá-la. Os dois já se conheciam.
“Todo mundo só fala de mim, que eu sou a vadia, vagabunda, só aparecem coisas contra mim e ninguém fala dele. Isso está me matando. Ele armou tudo. Para mim, foi ele quem armou tudo isso. É um crime isso. Eu quero que esse cara pague por isso”, afirma.
Fora do ar
O boletim de ocorrência foi registrado pela jovem na quinta-feira (11). Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o caso foi encaminhado à Delegacia de Defesa da Mulher de Franca e a suposta vítima será chamada para prestar um novo depoimento.
A vendedora diz que já pediu à polícia a retirada do vídeo da internet, mas não obteve resposta. Ela afirma que também foi ameaçada pelo suposto estuprador, em um telefonema que recebeu no dia seguinte à gravação. O rapaz teria pedido que ela não denunciasse o caso.
“A minha imagem vai ficar sendo exposta desse jeito e ninguém vai fazer nada? Eu quero que tirem esse vídeo da internet. Já tiveram outros casos, e já tiraram o vídeo da internet. Eu jamais esperava que isso acontecesse comigo”, afirma.
O caso
O suposto estupro ocorreu na madrugada de segunda-feira (8). Com a condição de não ter a identidade revelada, a jovem conta que foi ao bar junto com uma amiga e lá encontrou outros colegas, entre eles o rapaz que aparece no vídeo. Os dois ingeriam bebida alcóolica.
Ainda de acordo com a vendedora, no copo do rapaz havia algo semelhante à vodca. Ela diz não se recordar do que ocorreu após o fato, apenas que acordou na casa da amiga, onde estava morando, na tarde de segunda.
Logo depois, passou a receber telefonemas de amigos, relatando que um vídeo dela mantendo relações sexuais com o rapaz, dentro da cabine de um banheiro do bar, estava circulando nas redes sociais e grupos do WhatsApp.
A jovem conta que conheceu o rapaz em Franca, por meio de amigos em comum, mas os dois nunca chegaram a ter nenhum tipo de envolvimento ou relacionamento. Após a divulgação do vídeo, ela diz que o jovem telefonou e fez ameaças.
O boletim de ocorrência foi registrado por ameaça e estupro. A Polícia Civil requisitou exames de sangue e urina, com objetivo de tentar identificar substâncias psicotrópicas no organismo da jovem. Entretanto, segundo o delegado Daniel Radaeli, o resultado pode ser inconclusivo.